Seminário “Teoria, Investigação e Prática Profissional”

Data
2022-2023
3º Ciclo de Aulas Aberta

“Exposição Breve de 3 Projetos e Reflexão Sobre Método na Prática de Projeto, Segundo a Perspectiva de Áreas Distintas: Música, Arquitetura e Arquitetura Paisagista”

Resumo

Propõe-se uma comunicação em que o propósito é refletir sobre a prática da arquitetura, baseando-se a exposição dos temas com que se espera fomentar esta reflexão no meu percurso académico e profissional. Deste, não interessa senão reter que a minha formação foi inicialmente dedicada à música, especificamente à prática do piano enquanto intérprete e que, nos meus 30 anos de idade, regressei à arquitetura, pela qual me havia também interessado no decurso dos meus estudos anteriores ao ensino superior. Será ainda de reter que, possivelmente, 80 porcento da minha prática profissional é dedicada a projetos de arquitetura paisagista.

Necessariamente, a minha proposta de reflexão não é a de um especialista. Pelo contrário, tende a parecer a de um experimentalista. São referidos 3 projetos, em fases distintas de desenvolvimento. Um primeiro, para a requalificação de parte dos Jardins do Palácio de Santos, em Lisboa, está ainda em discussão com vários dos seus intervenientes, embora tenha já sido entregue um projeto de execução, no final do mês de novembro de 2022.

Um segundo, para a requalificação e construção de uma nova cobertura no Mercado Municipal de Vila Franca do Campo, nos Açores, cujo projeto de execução foi entregue em março de 2022, permanece em suspenso, no lento processo de contratação de uma empreitada. Um terceiro, para o desenho do Parque Ribeirinho dos Moinhos da Póvoa, em Vila Franca de Xira, está já construído, tendo sido estudado entre 2016 e 2017, e inaugurado em 2019. Nem o meu percurso académico e profissional, nem qualquer um destes projetos são o principal assunto desta comunicação. Deverão servir apenas para estruturar a reflexão que se propõe. Desta aula aberta, espera-se apenas o objetivo de sugerir uma resposta possível a uma das interessantes questões que se levantam na descrição do âmbito deste seminário. Desenhar escrevendo? Ou escrever desenhando?

Francisco Guedes de Carvalho é arquiteto, formado pela Escola Superior Artística do Porto, desde 2011, e inscrito na Ordem dos Arquitetos desde 2014.Terminou os estudos do ensino secundário em1989, ano em que foi admitido na Faculdade de Arquitetura do Porto, e na Escola Superior de Música do Instituto Politécnico do Porto. Entre 1994 e 1998, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, tendo concluído um mestrado e uma pós-graduação em performance de piano na Depaul University, em Chicago. Inscreveu-se no curso de arquitetura da Escola Superior Artística do Porto em 2001.

Trabalha em projeto de arquitetura paisagista desde 2003, com o arquiteto paisagista Luís Guedes de Carvalho, com quem fundou o Atelier do Beco da Bela Vista, em 2009.Colaborou com os arquitetos Álvaro Siza Vieira e Helena Albuquerque no projeto de Requalificação das Ruínas da Sé Catedral da Cidade Velha, em Cabo Verde, em 2005, projeto que não veio a ser construído.

Entre outros projetos, nos quais colaborou ou de que foi autor, no âmbito do trabalho conjunto do atelier, refere os seguintes: Requalificação das Margens do Tâmega (prémio nacional de arquitetura paisagista em 2009); Requalificação e Valorização da Pateira de Frossos (prémio nacional de arquitetura paisagista em 2012); Pavilhão Infantil para Crianças com Deficiência Mental na Piazza Gae Aulenti, Milão (finalista no concurso internacional promovido pela Cidade de Milão, em 2014); Requalificação do Largo da Igreja de Santa Isabel, no Campo de Ourique – Lisboa (concurso e projeto de 2015; obra concluída em 2018); Parque Ribeirinho Moinhos da Póvoa, Póvoa de Santa Iria – Vila Franca de Xira (projeto de 2016; obra concluída em 2019); Requalificação do Mercado Municipal de Vila Franca do Campo, São Miguel, Açores (1º classificado no concurso de conceção, em 2021); Projeto de Restauro dos Jardins do Palácio de Santos, Lisboa, sede da embaixada de França em Portugal (1º classificado no concurso Luso-Francês, por convite, em 2021).

O seminário convida jovens arquitectos e investigadores de instituições de ensino universitário ou unidades de investigação exteriores a fazerem apresentações nos seguintes tópicos: 1 -Trabalho de Mestrado e Prática Posterior de Investigação e Projecto2 – Inquietação: Interacção da Teoria com a Prática. As sessões apresentam experiências de transição do percurso académico para a atividade profissional, convocando participantes e alunos a uma reflexão sobre o modo como a experiência de dissertação pode ser determinante na atividade profissional, na prática da arquitectura e na pesquisa de suporte dessa mesma prática.

É possível compatibilizar no início de carreira os domínios da prática, teoria e crítica com investigação operativa? O que podem os jovens arquitectos e investigadores em actividade trazer para o debate académico? Como veem o suporte da sua própria criação e de criações referenciais? Desenham escrevendo e escrevem desenhando? Qual a importância do conhecimento da História? De que modo os seus métodos e instrumentos são determinantes para atingir objetivos e obter soluções? De que modo o suporte dessa mesma prática reflete inquietações?

O seminário tem como objectivo principal suscitar uma reflexão, alargada às áreas científicas afins, acerca dos campos da pesquisa arquitectónica, convidando profissionais e investigadores a pensarem e debaterem a transição do percurso académico para a actividade profissional, de modo a estimular nos alunos não apenas a aptidão para distinguirem os domínios fundamentais da arquitectura – prática, crítica, teoria, história – e as articulações e inter-relações que entre eles se estabelecem, bem como o desenvolvimento de competências de autonomia para a organização do conhecimento, com vista à concretização de um Projecto ou Plano de Trabalhos, enquanto base consistente para posterior elaboração de dissertação de mestrado.

Laboratório de Investigação – Seminários, 5º ano, Curso de Mestrado Integrado, DAU – Departamento de Arquitetura e Urbanismo Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa. Docentes: Francisco Portugal e Gomes (PhD Arq.), Rodrigo Hölzer e Brito (PhD Arq.)

AULA ABERTA: JEREMY TILL: Research After Research

Jeremy Till vai partilhar connosco as suas últimas investigações sobre investigação em Arquitectura.

Zoom (class): https://videoconf-colibri.zoom.us/j/81052869305

PhD in Architecture at Lusófona University * Seminar – Architecture, Design and Research

Sinopse

“Research after Research” asks (but does not fully answer) about the status and future of architectural research in the face of the climate emergency. It takes the arguments we are developing in our current research project – RESEARCH AFTER RESEARCH, and tries to project them onto architectural research.

Living with the climate emergency demands systematic change across economic, behavioral, and social structures, with profound implications for approaches to the built environment and spatial production. Architecture after Architecture examines how spatial practices might respond to such challenges, going beyond technical fixes, by addressing the cultural and socioeconomic factores that influence how we make, occupy and share space.

SEMINÁRIO: Arquitectura – Concepção e Investigação #2

Seminário do Doutoramento em Arquitetura da Universidade Lusófona (de Lisboa e do Porto)

Data
Sextas-feiras
14:30
através do Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/81052869305

Arquitetura: Conceção e Investigação
Integrada no 3º Ciclo de Estudos em Arquitetura da Universidade Lusófona, realiza-se um Seminário que conjuga o curso de Lisboa e do Porto com o mesmo tema (Arquitetura: Conceção e Investigação) integrado nas duas Unidades Curriculares de Conceção de Arquitetura: Teoria e prática e Concepção do Projecto Arquitetónico.

Sinopse

Um dos objetivos do seminário consiste em debater dialéticas entre a prática da arquitetura e a investigação em arquitetura, analisando, com base em percursos autorais consolidados, o tipo de relações que se podem estabelecer entre estes dois domínios profissionais. A investigação arquitetónica fundamenta a prática da arquitetura? E, será a prática do projeto uma base de investigação segura?

De onde surge a motivação por assuntos a investigar? O património é um fator comum de estímulo? Existem outros fatores? Podemos admitir que existem métodos comuns ou métodos adaptados entre a prática da arquitetura e a investigação? De que forma a sociedade e comunidades específicas podem beneficiar com arquitetura fundamentada em resultados obtidos com a investigação independente?

Propomos a apresentação de um conjunto de conferências de autores arquitetos e investigadores com leituras pertinentes e significativas no domínio do conhecimento científico, propostas metodológicas heterogéneas e relações de disseminação abrangentes e distintivas.