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Bunker Atlantis: Conhecer para preservar o Plano Barron

Ciclo de Conferências FORMA

  • Data
  • 1 de Dezembro, às 18:30
  • Sala G.2.3.2
  • Bunker Atlantis: Conhecer para preservar o Plano Barron
  • Por Maria Rita Pais

Sinopse

A cedência de bases nos Açores a Inglaterra, em 1943, muda o rumo da estratégia de defesa portuguesa. Para assegurar a segurança do novo país “aliado”, o War Office estabelece um plano de defesa para o continente. Esta “fase inglesa” faz renascer o Plano Barron de defesa de Lisboa e Setúbal, de 1938, desenhado pelo próprio WO a pensar no Washington Naval Treaty, que Portugal assinara em 1922.

O conjunto desenha uma geografia de vigilância e contra-bombardeamento na bacia do Tejo e Sado com oito batarias fixas, secretas, camufladas e fortificadas. O conjunto do PB constitui o que Gilbert Simondon designa como obra tecno-estética “inteiramente bem sucedida e bela” (Simondon, 1992, p255) e o projecto assume uma homenagem a Reyner Banham em Concrete Atlantis, uma vez que Bunker Atlantis investiga as “abandoned installations (…) barely architecture at all” (1989, p.2), e o imaginário de uma ilha no meio do Atlântico, de Francis Bacon “Great Atlantis”.

Lisboa é a única capital europeia que confronta o Atlântico, uma praça no oceano que sempre necessitou de uma defesa muito particular. Bunker Atlantis propõe investigar, pela primeira vez depois da sua desclassificação (entre 1998 e 2004) o PB, estrutura com cerca de 575.500m2 de área total dividida em oito batarias espalhadas ao longo da costa de Lisboa, contendo cada uma, bunkers de grandes dimensões que suportam peças de artilharia de longo alcance. Cinco estão abandonadas, uma parcialmente demolida e duas apresentam uso cultural em outras áreas militares. A variedade das suas formas condiz com a variedade dos territórios onde estão inseridas, desde parque natural da Arrábida até a zonas densamente povoadas dos subúrbios de Lisboa.